sábado, 16 de agosto de 2008

De repente herói

Incrível como um raro gesto de coragem e/ou solidariedade no mundo hipócrita e individualista em que vivemos pode ser desesperadoramente admirável e gratificante até para meros espectadores da situação, como eu.

O que me levou a tocar nesse assunto foi o ato, heróico mesmo, de um garoto chinês de apenas 9 anos, que após um terremoto arrasar a província de Sichuan onde morava, se tornou um dos maiores "salvadores" no local, ajudando a socorrer diversas outras crianças de sua idade.

Num planeta onde uns usam os outros como 'degraus' pra conseguir uma ascensão seja lá de que espécie for, se faz impossível não alegrar-se com uma prova de amor ao próximo como esta. Uma criança mantendo a calma, carregando amigos feridos nas costas, talvez até maiores que ele, fisicamente, enquanto muitas outras pessoas se desesperam, adultos se sentindo impotentes diante da situação, ou o desespero sendo proveniente até da consciência de sua própria covardia; covardia de adentrar nos escombros, arriscando uma "troca", talvez! A sua vida pela de outra pessoa.

"Poucas vezes uma canção mereceu tantos aplausos". Pelo simples fato de não ser comum se ouvir canções vindas de baixo de destroços, provenientes de uma criança soterrada durante duas horas! Isso foi o que Lin Hao convenceu os outros a fazerem: cantar à espera do socorro.

A esse heróizinho (um "inho" utilizado apenas devido a sua idade, jamais minimizando sua ação) restou uma cicatriz na cabeça, que não o deixará esquecer nunca do seu feito, de quantas vidas salvou, que valeu mesmo à pena a sua coragem. Ah, também lhe restou a fama, caiu nas graças do povo, o que fará muita gente admirar, até invejar tudo que ele fez, e sentir vontade de fazer o mesmo por alguém... por um tempo, já que a fama nesses casos não é permanente.

O que me preocupa não é o fim da fama, já que ele vai seguir sua vida, todos vão; e sim o fato de que, quando isso passar, nem todo mundo vai ter uma cicatriz pra lembrar do que pode ser feito de solidário, para o bem do próximo, para o bem comum.


Por Katarina Kelly

2 comentários:

Katarina Kelly Brito Castro disse...

Não gostei do texto, muito menos do título. Postei só pra não dizerem que não estou "tentando". ¬¬'

Taiguara Rangel disse...

nao existe mais erotismo nos tempos de hoje...

ops, "heroismo"
=]