domingo, 2 de novembro de 2008
Garotos de Programa
Acessem e divulguem, mesmo sem gostar - porque a gente entra no ar e em outros lugares mais nem que seja à força.
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008
"Sempre foi meu desejo comer o cu desse povo" - JQ
Qualquer livro deste poeta é com certeza uma obra destas que deve ser considerada um verdadeiro tesouro que guarda toda a arte contida na nordestinidade do nordestino.
E não é redundância não!! O povo nordestino tem uma característica muito pessoal, que não é presente em todas as regiões do nosso país.
E o que Jessier faz é justamente apresentar a originalidade nordestina em forma de poesia. Uma poesia engraçada, satírica e ao mesmo tempo séria e questionadora.
Portanto, mando este poema pra quem fez tanta festa em cada lugar do país nestes últimos tempos de eleição. E principalmente para os que REelegeram os seus prefeitos! Esta é uma adaptação do poema dele contido na introdução do livro (Entre o pente e o repente) ao contexto no qual estamos inseridos neste período pós-pleito eleitoral:
Sempre foi meu desejo comer o cu desse povo (Jessier Quirino - Agruras da lata d'água)
Assim que saio eleito
No fim duma apuração
Me dá muito mais tesão
Por o povo ter-me aceito
Se fui eleito prefeito
Com o voto deles de novo
Eu pago com um par de ovo
Um taco duro e gracejo:
Que sempre foi meu desejo
Comer o cu desse povo...
...Vou me mantendo fiel
A este povo bundeiro
Sou político verdadeiro
Neste país de bordel
E desta lua-de-mel
Sei que jamais me demovo
E sendo eleito de novo
Com em grosso e varejo
Pois sempre foi meu desejo
Comer o cu desse povo.
Tem outra pérola da mesma obra que também deve ser colocada em evidência aqui. Esta vai para o putaréu politiqueiro do país bordel, Brasil forniqueiro:
Conversa de bastidor (Jessier Quirino - Agruras da lata d'água)
Pra mandar tudim pra PQP
Não pudemo se quer, se PDT
Que é mode o PSB
Amuntado no PV
Não vir se aliançar.
PC-dê-Bando a hipótis
Dum PT, sem muito T
Nem que a legenda se mele
Ou de PF ou de L
Feito PMDB
Antes que o pau recomece
Vai assim assuceder:
PMN não muda
Já desanda o PTB
PSDB tira o S
Logo depois tira o B
No mei desse sururu
Nós pega o F e o U
E acunha tudo no D.
Até me inspirei agora e escrevi uns versos!!Segue aí o Canto eleitoral (De eu próprio)
VIVA A DEMOCRACIA BRASILEIRA
ATIRADA NO RECANTO DA RIBEIRADE LAMA E DE BOSTA
QUE PISA NO POVO QUE GOSTA
DA PUTARIA ELEITOREIRA
E NOS TEMPO DE ELEIÇÃO
FAZ FESTA, CARNAVAL
DO CACETE PARTIDÁRIO TELEVISIONAL
PRA DEPOIS VER OS BEIJO DOS PUTO
E FINGIR QUE É TUDO NORMAL
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Vocês querem a felicidade????
É um tempo no qual eleitores e candidatos fazem do exercício da democracia (finjo que sei e acredito que todos saibam o que é isso) um CARNAVAL! Mania de brasileiro fazer de tudo um carnaval...
Claro que se levarmos em conta o período em que o país permaneceu mergulhado nas trevas do Regime Militar - de 64 a 85 - hoje devemos mesmo nos felicitar por sermos livres no que diz respeito ao direito de escolher os políticos.
Só que me incomoda profundamente o fato deste “carnaval” ter na sua essência (como todo carnaval) a capacidade de embriagar os cidadãos, com sua música contagiante e o colorido das fantasias (deixemos de lado, por enquanto, a birita, a água que passarinho não bebe). Pois bem, este carnaval das eleições embriaga os cidadãos de uma forma que os faz esquecer o verdadeiro propósito de irmos às urnas escolher os candidatos.
É uma farra de cores tão imbecil que polui as cidades e impõe a você, que veste uma das suas camisas de cor semelhante à cor de um dos candidatos, o título de “eleitor do fulano tal” (o que possui a cor de campanha igual à da sua camisa). Minha mãe foi vítima do jogo das cores, quando chegou na repartição que trabalha com a cor do candidato da oposição.
Falemos do barulho... não há um cristão sequer que respeite a pobre lei dos decibéis – aquela que proíbe muito barulho em determinados horários, locais, etc. Poluição auditiva é um terror. E as músicas?! Plágio!!!! E a maioria é uma dor no saco! Até admiro a criatividade de uns, mas a maioria é LIXO.
Não vamos esquecer da imundície que se tornam os meios de comunicação, abarrotados de blá blá blá desses que você não agüenta ouvir quando sai à porta de casa e aquela vizinha velha está proferindo, num tom de FOFOCA e intriga.
Ai, ai...
Olha, não tem frase que mais represente esse período pra mim do que uma da banda Engenheiros do Hawaii, que diz: “Não vemos graça nas gracinhas da TV, morremos de rir no horário eleitoral”.
Minha família adora se reunir na sala para assistir as propagandas eleitorais dos candidatos (principalmente a dos candidatos a vereador), mas não para ver propostas, que é mesmo o que menos se vê por aí, mas para rir das figuras pitorescas que se apresentam duas vezes por dia.
E eu digo: se Deus realmente castiga os pobres pecadores que somos, ele com certeza decidiu fazê-lo inventando o horário político-partidário gratuito eleitoral!
Cacetada!!!
Termino com duas frases interessantes para aqueles que se embriagam com o segundo carnaval brasileiro:
As eleições são um circo no qual os animais se reúnem para promover uma luta no picadeiro, enquanto os palhaços aplaudem e se exaltam sentados na platéia.
E agora pra cá, as eleições de Campina:
Vamos para o segundo tempo de um jogo em que a torcida pensa que ganha algo quando seu time vence, mas na verdade me digam: quando seu time vence o jogo, o que você ganha?
Vocês querem a felicidade?
Pois aproveitem enquanto ainda estão embriagados, pois um dia depois do carnaval a ressaca vem e dura pra sempre.
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Faz-me rir, candidato!
E ainda querem que eu acredite que política, no Brasil, é coisa séria. Não acredito. Menos ainda em tempos de campanha política.
É bem verdade que o humor televisivo, nas emissoras brasileiras, não está de todo hilário ultimamente. Mas pra que se irritar com a sem-graça do Zorra Total da Globo, quando se pode assistir ao guia eleitoral gratuito?
Muito mais freqüente e muito mais engraçado. Personagens de todos os estilos, os tipos mais curiosos estão lá. De uma criatividade que beira o absurdo, os candidatos – principalmente a vereador – exalam um humor ao mesmo tempo sacana e ridículo. Dá pra rir sem parar durante a meia hora obrigatória que tira o sossego da programação da TV aberta, seja pelos slogans cretinos, seja pelos “nomes artísticos” inovadores (essa mania de pensar hollywoodiano há muito já invadiu a política, também), ou ainda quando se ouve a infâmia deslavada de que “sou candidato limpo em meio a toda essa podridão evidente, caro eleitor!” Faz-me rir, candidato!
Não bastasse o show de humor na TV, nas ruas o que se ouve em tão famigerada época de eleições são as maiores pérolas do cancioneiro popular. Paródias magníficas dos maiores nomes da música brasileira. Porque período de campanha eleitoral é poesia pura!
É tragicômico por excelência. Faz-me rir candidato. Que é pra eu me distrair agora, me aliviar antecipadamente dos quatro anos de irritação profunda que tu ainda vais me dar.
segunda-feira, 15 de setembro de 2008
Algum título imbecil sobre uma mídia idem
Publico porque talvez tenha alguma coisa interessante pra vocês.
***
Segundo o sociólogo francês Pierre Bourdieu (nessa parte finjo que já o li), a mídia, os jornalistas ou a imprensa, como um todo, se permitem influenciar pela busca incessante pelo extraordinário, ou seja, fatos de repercussão nacional e internacional e dos quais acaba tornando-se subserviente.
Devido a essa busca pelo atípico, o que da mídia captamos é meramente e diariamente o ordinário, garantido pela repetição exaustiva das mesmas notícias "extraordinárias", "bombásticas" (com B) ou "catastróficas".
Embora a invasão de Isabelas, Champinhas, Von Histofens, PMs capacitados a matar inocentes e, mais recentemente, uma onda de bebês saltando de janelas; embora tal seja praticamente impossível de se evitar ao perpassar os órgãos de comunicação - é notícia vendável -, devemos à imprensa não apenas a informação que esta transmite, como também nossa alienação criminalística: o "culpado" acaba sendo o antagonista da novelinha que a mesma mídia nos apresenta.
É de sensacionalismo e denuncismo barato que vive nossa imprensa, a velha política do pão e circo que estamos adaptando.