quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Vocês querem a felicidade????

Adoro observar as conotações dos tempos de eleição, sabiam? Morro de rir, só que não exatamente de felicidade.

É um tempo no qual eleitores e candidatos fazem do exercício da democracia (finjo que sei e acredito que todos saibam o que é isso) um CARNAVAL! Mania de brasileiro fazer de tudo um carnaval...


Claro que se levarmos em conta o período em que o país permaneceu mergulhado nas trevas do Regime Militar - de 64 a 85 - hoje devemos mesmo nos felicitar por sermos livres no que diz respeito ao direito de escolher os políticos.

Só que me incomoda profundamente o fato deste “carnaval” ter na sua essência (como todo carnaval) a capacidade de embriagar os cidadãos, com sua música contagiante e o colorido das fantasias (deixemos de lado, por enquanto, a birita, a água que passarinho não bebe). Pois bem, este carnaval das eleições embriaga os cidadãos de uma forma que os faz esquecer o verdadeiro propósito de irmos às urnas escolher os candidatos.


É uma farra de cores tão imbecil que polui as cidades e impõe a você, que veste uma das suas camisas de cor semelhante à cor de um dos candidatos, o título de “eleitor do fulano tal” (o que possui a cor de campanha igual à da sua camisa). Minha mãe foi vítima do jogo das cores, quando chegou na repartição que trabalha com a cor do candidato da oposição.
Falemos do barulho... não há um cristão sequer que respeite a pobre lei dos decibéis – aquela que proíbe muito barulho em determinados horários, locais, etc. Poluição auditiva é um terror. E as músicas?! Plágio!!!! E a maioria é uma dor no saco! Até admiro a criatividade de uns, mas a maioria é LIXO.


Não vamos esquecer da imundície que se tornam os meios de comunicação, abarrotados de blá blá blá desses que você não agüenta ouvir quando sai à porta de casa e aquela vizinha velha está proferindo, num tom de FOFOCA e intriga.

Ai, ai...

Olha, não tem frase que mais represente esse período pra mim do que uma da banda Engenheiros do Hawaii, que diz: “Não vemos graça nas gracinhas da TV, morremos de rir no horário eleitoral”.

Minha família adora se reunir na sala para assistir as propagandas eleitorais dos candidatos (principalmente a dos candidatos a vereador), mas não para ver propostas, que é mesmo o que menos se vê por aí, mas para rir das figuras pitorescas que se apresentam duas vezes por dia.

E eu digo: se Deus realmente castiga os pobres pecadores que somos, ele com certeza decidiu fazê-lo inventando o horário político-partidário gratuito eleitoral!

Cacetada!!!

Termino com duas frases interessantes para aqueles que se embriagam com o segundo carnaval brasileiro:

As eleições são um circo no qual os animais se reúnem para promover uma luta no picadeiro, enquanto os palhaços aplaudem e se exaltam sentados na platéia.

E agora pra cá, as eleições de Campina:

Vamos para o segundo tempo de um jogo em que a torcida pensa que ganha algo quando seu time vence, mas na verdade me digam: quando seu time vence o jogo, o que você ganha?

Vocês querem a felicidade?

Pois aproveitem enquanto ainda estão embriagados, pois um dia depois do carnaval a ressaca vem e dura pra sempre.

Um comentário:

Taiguara Rangel disse...

Uma frase que vi recentemente, bem interessante:
“Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente, e pela mesma razão.”

Haja saco pra aguentar tanta merda por tanto tempo. Que acabe logo essa "farra", pelamordedeus, que eu quero me embriagar com as musicas que gosto.