É um tempo no qual eleitores e candidatos fazem do exercício da democracia (finjo que sei e acredito que todos saibam o que é isso) um CARNAVAL! Mania de brasileiro fazer de tudo um carnaval...
Claro que se levarmos em conta o período em que o país permaneceu mergulhado nas trevas do Regime Militar - de 64 a 85 - hoje devemos mesmo nos felicitar por sermos livres no que diz respeito ao direito de escolher os políticos.
Só que me incomoda profundamente o fato deste “carnaval” ter na sua essência (como todo carnaval) a capacidade de embriagar os cidadãos, com sua música contagiante e o colorido das fantasias (deixemos de lado, por enquanto, a birita, a água que passarinho não bebe). Pois bem, este carnaval das eleições embriaga os cidadãos de uma forma que os faz esquecer o verdadeiro propósito de irmos às urnas escolher os candidatos.
É uma farra de cores tão imbecil que polui as cidades e impõe a você, que veste uma das suas camisas de cor semelhante à cor de um dos candidatos, o título de “eleitor do fulano tal” (o que possui a cor de campanha igual à da sua camisa). Minha mãe foi vítima do jogo das cores, quando chegou na repartição que trabalha com a cor do candidato da oposição.
Falemos do barulho... não há um cristão sequer que respeite a pobre lei dos decibéis – aquela que proíbe muito barulho em determinados horários, locais, etc. Poluição auditiva é um terror. E as músicas?! Plágio!!!! E a maioria é uma dor no saco! Até admiro a criatividade de uns, mas a maioria é LIXO.
Não vamos esquecer da imundície que se tornam os meios de comunicação, abarrotados de blá blá blá desses que você não agüenta ouvir quando sai à porta de casa e aquela vizinha velha está proferindo, num tom de FOFOCA e intriga.
Ai, ai...
Olha, não tem frase que mais represente esse período pra mim do que uma da banda Engenheiros do Hawaii, que diz: “Não vemos graça nas gracinhas da TV, morremos de rir no horário eleitoral”.
Minha família adora se reunir na sala para assistir as propagandas eleitorais dos candidatos (principalmente a dos candidatos a vereador), mas não para ver propostas, que é mesmo o que menos se vê por aí, mas para rir das figuras pitorescas que se apresentam duas vezes por dia.
E eu digo: se Deus realmente castiga os pobres pecadores que somos, ele com certeza decidiu fazê-lo inventando o horário político-partidário gratuito eleitoral!
Cacetada!!!
Termino com duas frases interessantes para aqueles que se embriagam com o segundo carnaval brasileiro:
As eleições são um circo no qual os animais se reúnem para promover uma luta no picadeiro, enquanto os palhaços aplaudem e se exaltam sentados na platéia.
E agora pra cá, as eleições de Campina:
Vamos para o segundo tempo de um jogo em que a torcida pensa que ganha algo quando seu time vence, mas na verdade me digam: quando seu time vence o jogo, o que você ganha?
Vocês querem a felicidade?
Pois aproveitem enquanto ainda estão embriagados, pois um dia depois do carnaval a ressaca vem e dura pra sempre.
Um comentário:
Uma frase que vi recentemente, bem interessante:
“Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente, e pela mesma razão.”
Haja saco pra aguentar tanta merda por tanto tempo. Que acabe logo essa "farra", pelamordedeus, que eu quero me embriagar com as musicas que gosto.
Postar um comentário