quarta-feira, 9 de julho de 2008

Brasileiro, mas nem tanto

Nunca tive com a bola grande intimidade. E não falo só de futebol, mas de qualquer esporte que exija sua presença. O máximo de contato que tivemos foi nos jogos de queimada, e tenho ainda a leve impressão que isto se deu muito mais pela infante habilidade de correr e esquivar do que por qualquer outra coisa.

Das poucas partidas de futebol que participei na infância (é impensável utilizar o verbo jogar), ficaram na lembrança muitos risos, a estranha sensação de estar no lugar errado e dolorosos encontros com a bola, o que evidencia nossa falta de afinidade.

Confesso, porém, que já estive muito mais próximo do universo futebolístico do que hoje. Era torcedor do Palmeiras, não desses que discute e dá palpite na escalação do time, mas acompanhava os resultados, assistia aos jogos. (Ainda lembro a final da Copa Mercosul, estava deitado numa rede vendo o meu time, que chegou a ter três pontos de vantagem, perder o título para o Vasco da Gama. Terminado o jogo, nada de revolta ou lágrimas. Desliguei a TV e fui dormir. O que mais eu poderia fazer?) Mas o futebol há muito não me atrai. Acho que a última vez que assisti a um jogo completo foi durante a Copa do Mundo da Alemanha.

Não sei o que motiva tanta idolatria ao futebol. Mas acho interessantíssimo o fato de uma invenção inglesa levantar tanto a auto-estima do brasileiro. O futebol transcende questões políticas, econômicas e sociais. Em luxuosos campos de grama sintética ou no meio da rua, com os pés sujos de lama tocando a bola remendada, é o futebol que alegra o povo. Mais do que o samba, se duvidar, mais do que o sexo.

Parece faltar Brasil pra tanto futebol! Falta água, esgoto, comida, escola, vacina; falta saúde! Mas isso não importa, futebol não vai faltar.

É com estranheza que observo a defesa emocionada das cores do time, as promessas em dia de decisão do campeonato, a comemoração do gol, as lágrimas... Deve me faltar o gene da bola. Por instantes, duvido ser de fato brasileiro (acho que meu DNA é mais parecido com o dos cingaleses). Mas recupero a razão ao lembrar que o que define a nacionalidade não são as paixões nacionais.

Tomara que, contrariando o ditado popular, quando morrer e for pro céu, eu não encontre Deus fazendo embaixadinhas...

11 comentários:

Taiguara Rangel disse...

Só eu que leio e comento? ¬¬

Anderson disse...

Eu leio...
¬¬

Sidney Andrade disse...

o.O
parabéns!

Anônimo disse...

eu leio... so que as vezes nao comento.
Falando em comentar...
Voces não vão comentar não?

Leonardo Queiroga disse...

Comentarei, se é q é possível, na fprma de um texto, um dos próximos q postarei...

Sidney Andrade disse...

eu também daria essa desculpa a minha mãe, Charlis.

Carolynne Ferraz disse...

Tô lendo e comentando...mesmo depois de um mês da postagem!=X
Gostei mto do texto!=D
Como diria um ex-professor meu(éé lá do Contato mesmo!=P)"Só futebol
não adianta Brasil"

Silas Magnata disse...

eu também daria essa desculpa a minha mãe, Charlis.
[2]

Lua Clara disse...

é a primeira vez que eu passo aqui, encontrei esse blog por acaso, gostei mto, esse texto esta fantastico,o autor está de parabéns, percebo que é uma turma crítica e que sabe colocar bem a ironia INDISPENSÁVEL ! Sei bem q esse não é meu território, mesmo assim, parabéns.

;)

Eoaki o/ disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eoaki o/ disse...

¬¬' eu li...

E como sempre um belo texto... ¬¬'
HAUSHUAHSUAHSUAHU

Um texto que me lembra os jogos internos do colegio... vc foi convocado p jogar...

enfim... =x
isso nem vem ao caso né? =E
AHSuHAUSHAUHSuAH
=***** ATORON