Nunca tive com a bola grande intimidade. E não falo só de futebol, mas de qualquer esporte que exija sua presença. O máximo de contato que tivemos foi nos jogos de queimada, e tenho ainda a leve impressão que isto se deu muito mais pela infante habilidade de correr e esquivar do que por qualquer outra coisa.
Das poucas partidas de futebol que participei na infância (é impensável utilizar o verbo jogar), ficaram na lembrança muitos risos, a estranha sensação de estar no lugar errado e dolorosos encontros com a bola, o que evidencia nossa falta de afinidade.
Confesso, porém, que já estive muito mais próximo do universo futebolístico do que hoje. Era torcedor do Palmeiras, não desses que discute e dá palpite na escalação do time, mas acompanhava os resultados, assistia aos jogos. (Ainda lembro a final da Copa Mercosul, estava deitado numa rede vendo o meu time, que chegou a ter três pontos de vantagem, perder o título para o Vasco da Gama. Terminado o jogo, nada de revolta ou lágrimas. Desliguei a TV e fui dormir. O que mais eu poderia fazer?) Mas o futebol há muito não me atrai. Acho que a última vez que assisti a um jogo completo foi durante a Copa do Mundo da Alemanha.
Não sei o que motiva tanta idolatria ao futebol. Mas acho interessantíssimo o fato de uma invenção inglesa levantar tanto a auto-estima do brasileiro. O futebol transcende questões políticas, econômicas e sociais. Em luxuosos campos de grama sintética ou no meio da rua, com os pés sujos de lama tocando a bola remendada, é o futebol que alegra o povo. Mais do que o samba, se duvidar, mais do que o sexo.
Parece faltar Brasil pra tanto futebol! Falta água, esgoto, comida, escola, vacina; falta saúde! Mas isso não importa, futebol não vai faltar.
É com estranheza que observo a defesa emocionada das cores do time, as promessas em dia de decisão do campeonato, a comemoração do gol, as lágrimas... Deve me faltar o gene da bola. Por instantes, duvido ser de fato brasileiro (acho que meu DNA é mais parecido com o dos cingaleses). Mas recupero a razão ao lembrar que o que define a nacionalidade não são as paixões nacionais.
Tomara que, contrariando o ditado popular, quando morrer e for pro céu, eu não encontre Deus fazendo embaixadinhas...
11 comentários:
Só eu que leio e comento? ¬¬
Eu leio...
¬¬
o.O
parabéns!
eu leio... so que as vezes nao comento.
Falando em comentar...
Voces não vão comentar não?
Comentarei, se é q é possível, na fprma de um texto, um dos próximos q postarei...
eu também daria essa desculpa a minha mãe, Charlis.
Tô lendo e comentando...mesmo depois de um mês da postagem!=X
Gostei mto do texto!=D
Como diria um ex-professor meu(éé lá do Contato mesmo!=P)"Só futebol
não adianta Brasil"
eu também daria essa desculpa a minha mãe, Charlis.
[2]
é a primeira vez que eu passo aqui, encontrei esse blog por acaso, gostei mto, esse texto esta fantastico,o autor está de parabéns, percebo que é uma turma crítica e que sabe colocar bem a ironia INDISPENSÁVEL ! Sei bem q esse não é meu território, mesmo assim, parabéns.
;)
¬¬' eu li...
E como sempre um belo texto... ¬¬'
HAUSHUAHSUAHSUAHU
Um texto que me lembra os jogos internos do colegio... vc foi convocado p jogar...
enfim... =x
isso nem vem ao caso né? =E
AHSuHAUSHAUHSuAH
=***** ATORON
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