As recentes descobertas de gás natural e petróleo na camada de pré-sal, entre 5 e 7 km de profundidade, nos campos de Jubarte e Tupi, respectivamente nas bacias de Campos e Santos, em regiões ainda pouco estudadas e pouco exploradas, estão trazendo grande furor e expectativa tanto á população brasileira bem como ao mercado econômico interno e externo, mas para extrair os recursos é necessário constituir um modelo de exploração para determinar as diretrizes que deverá seguir, como também definir se a Petrobrás irá ser a única empresa a atuar na produção, e se o Estado será ativamente participativo no concurso. Outro fator é com relação às áreas já leiloadas para empresas privadas, que seriam exploradas arbitrariamente sem a regulação do governo. A formação de uma nova estatal para gerir o pré-sal, gerou polêmica já que deixaria em escanteio a manda-chuva Petrobrás, mas essa opção já foi descartada por Lula. A Petrobrás que por sinal está se revelando mais uma multinacional do que puramente uma estatal, com ativos em diversos países, a empresa também obtém lucros estupendos vendendo áreas de exploração para organismos privados.
Para o presidente, o principal beneficiário tem de ser o povo brasileiro que segundo a constituição é o real detentor do petróleo sob a figura do Estado; os planos de Lula para com as reservas do pré-sal são ambiciosos e utópicos no sentido em que pretende acabar com a pobreza no país e ainda investir tudo o que o Brasil nunca investiu em educação. Toda essa pretensão esbarra na opinião bem fundamentada de alguns especialistas em economia que dizem ser inviável custear desenvolvimento e projeção social instantaneamente com os recursos provenientes do petróleo, e mais, uma adição tão grande de capital na economia poderia ser infinitamente mais nocivo ao câmbio, repelindo investimentos privados, geraria inflação e aumentaria de sobremaneira as importações, desfavorecendo o mercado interno, tudo isso tem sim uma relação de causa bem coerente, além disso, é fato que todos os países membros da OPEP são pobres, desiguais, centralizadores e com baixos índices sociais, assim como são as demais nações exportadoras, assim como é o Brasil, quando há 55 atrás Getúlio decretava que "o petróleo era 'nosso'".
Nesse entretempo de descobertas no pré-sal e previsões visionárias do futuro, nosso governo parece ter esquecido tudo o que se pôs a mesa de negociações com os biodieseis, não se ouve, se fala ou se lê mais nada sobre biocombustíveis; alguns que defendiam o louvável discurso ambiental que se fez em torno das energias limpas e renováveis, enfiaram a mão no óleo escurecido e seguraram a bandeira do pré-sal como forma de desenvolvimento a todo custo, sem cuidados ambientais. É uma grande responsabilidade determinar onde serão investidos os trilhões oriundos da comercialização da commodity, afinal, o que realmente se espera é que não sejam cometidos os mesmos erros de cinco décadas atrás, e que a tentação ambiciosa de um projeto de perpetuação no poder não sobre caia aos alquimistas que farão revolução com petróleo.
2 comentários:
Boa Netão, esperamos que esse "tesouro" seja bem aproveitado e que o senhor Lula não faça nenhuma hagada!
olha o petroleo atras do galinheiro (segundo a dignissima Dilma Roussef)
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