Há um século fomos batizados com uma cultura – dentre as inúmeras que fazem parte dessa coisa meio que generalizada demais, porém tão particular justamente por esse motivo, que é a identidade brasileira – a qual, por razões alheias ao meu conhecimento consciente, sempre me interessou bastante. E quando aprendi um ideograma no idioma desse povo, graças a uma amiga que me instigou a curiosidade, senti-me satisfeito por dominar ao menos um dos incontáveis caracteres da escrita japonesa.
INOCHI (命) foi o que descobri, cuja significação traduz-se por “vida”. Uma vida que começou em junho de 1908, no porto de Santos, São Paulo, ao desembarcarem do Kasato Maru 781 vidas que buscavam um recomeço para a vida que fora levada pelo impacto atômico da guerra.
A terra do sol nascente deu seu jeito de florescer aqui e, cem anos depois, me encanto com a idéia de que também posso ter, enquanto brasileiro nato que sou, uma ínfima porção dessa cultura tão serena e encantadora correndo em minhas veias. E qual a criança que, hoje, não se agrada daquilo que mais comumente se importa de lá, os quadrinhos (mangas) e as animações (animes)? Foi assim que comecei a me aproximar desse povo. Pena que seja somente isso que se vê mais amplamente difundido, além da chocante idéia de se comer peixe cru.
De certo não há só isso para se admirar no Japão, e devo admitir minha curiosidade acerca do país. Tem até príncipe herdeiro que, por sinal, veio comemorar o centenário do ingresso do seu país no nosso, aqui também.
Tem gente que repudia essa invasão. Dizem que somos diferentes demais para sermos compatíveis. Discordo totalmente, uma vez que já somos formados parte por eles e, além do mais, aceitar modos de vida diversos não implica necessariamente em desprezar o próprio. Parabéns ao Japão por toda essa vida que, deles, também influiu para moldar a nossa INOCHI (命).
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